A influenciadora de conteúdo adulto Ray Lacerda gerou forte repercussão ao relatar, durante participação no Ágora Talks Podcast, um episódio envolvendo um pastor evangélico que consome seus materiais +18. Segundo ela, o religioso não apenas adquiriu seus vídeos, mas chegou a enviar mensagens longas afirmando que “Deus tem um propósito” em sua vida e até a abençoou.
O depoimento, feito sem rodeios, reacendeu debates sobre a incoerência entre o discurso público de líderes religiosos e suas práticas privadas. Ray destacou que, enquanto muitos pregadores condenam do púlpito o que chamam de “pecado”, em ambientes reservados buscam justamente o que condenam.
“O problema é que ele consome meu conteúdo e ao mesmo tempo me incentiva, mandando mensagens bíblicas e pedindo para que eu mude de vida. Mas como posso levar a sério alguém que me compra vídeos e me abençoa?”, questionou.
Para a criadora, o caso não é isolado, mas parte de um padrão de comportamento que se repete em diferentes denominações. “Do púlpito se fala de santidade, mas do celular se busca prazer escondido”, resumiu. Nas redes sociais, internautas repercutiram a fala e classificaram a situação como exemplo da hipocrisia religiosa.
Especialistas em comportamento e religião avaliam que situações como essa evidenciam a distância entre a doutrina pregada e a prática real de parte das lideranças. O ponto central, segundo eles, não é o desejo humano, mas a forma como a fé é usada como instrumento de poder e controle, enquanto na intimidade se age de maneira oposta ao discurso.
A revelação levantou um questionamento que incomoda tanto religiosos quanto críticos: até quando a religião será usada como palco para discursos inflamados contra a imoralidade, ao mesmo tempo em que líderes espirituais reproduzem em segredo o comportamento que condenam?
Mais do que um caso pessoal, a fala de Ray Lacerda reforça o que muitos consideram a maior crise do meio religioso contemporâneo: a hipocrisia de lideranças que sustentam uma imagem de santidade em público, mas vivem outra realidade em privado.